A BATALHA
FINAL
O
otimismo era aceitável, mas a situação em si bastante preocupante. Para você,
que não é médico e nem tem grandes conhecimentos sobre o assunto, a
quimioterapia é uma forma de tratamento na qual se injeta um coquetel de
compostos químicos bastante fortes no corpo do paciente por via oral, veias,
músculos, espinha dorsal ou pele; em que as células cancerígenas são
bombardeadas e destruídas para que não se multipliquem em nossos corpos.
O
tratamento em si é simples e, na maioria das vezes, eficiente. O problema são
os efeitos colaterais que causam, especialmente em pessoas que já entraram na
3ª idade e têm um organismo mais sensível. Tais reações podem variar desde as
mais comuns, como a perda de cabelo, passando por dores pelo corpo, indigestão
e falta completa de apetite. A pessoa simplesmente não consegue mais se
alimentar, dado o enjôo sentido após as sessões.
Claro que
uma boa alimentação é fundamental para que o paciente consiga suportar todo o tratamento
e não enfraqueça. Esse era exatamente o problema de Ronnie: ele não era mais um
jovem, já estava – oficialmente – com 67 anos quando começou a administrar os
medicamentos.
No
começo, todas as notícias divulgadas eram animadoras e na base do “câncer, vou
te cobrir de porrada” e “vou matar este dragão”. Ronnie esperava estar 100%
para shows a partir de junho de 2010 e o Heaven and Hell agendou
apresentações para diversos festivais de verão europeus, entre eles o
Sonisphere em Praga, que contaria também com a histórica reunião do “Big
Four” do Thrash Metal.
Até
abril, as previsões davam conta que o Heaven and Hell realmente voltaria
logo para a estrada e o próprio Ronnie aparecia em alguns vídeos para animar os
fãs. A partir de maio, infelizmente, o rumo das notícias se inverteu. No dia
quatro, a banda emitiu um comunicado informando o cancelamento dos shows nos meses
seguintes, porque “Ronnie não estava bem o suficiente”. Nada se falava sobre um
adiamento dessas datas ou algum sinal de que as coisas ficariam melhores e,
novamente, os fãs ficaram apreensivos.
No dia 16
de maio, um domingo, após vários boatos no dia anterior, vem a notícia que
ninguém gostaria de saber: às 7:45 hs da manhã, Ronnie James Dio faleceu ao
lado de sua esposa e de seus melhores amigos.
Nada até
hoje na história da música pesada pôde se comparar às manifestações de
solidariedade que se seguiram após a notícia mais triste que o Heavy Metal já
teve. Músicos de bandas tão díspares deixaram suas mensagens de solidariedade,
relembraram momentos com o vocalista e a importância que ele teve como
influência em suas carreiras.
Em poucos
dias, integrantes e ex-integrantes de bandas como Metallica, Iron
Maiden, Judas Priest, Anthrax, Exodus, Deep Purple,
Ozzy Osbourne (o próprio), Lizzy Borden, Accept, UDO,
King Diamond, Queen, Van Halen, Girlschool, Motörhead,
Rage Against The Machine, Kiss, Blaze, Ritchie
Blackmore, Savatage, Circle II Circle, Yngwie Malmsteen,
Primal Fear, Tenacius D, Helloween, Gamma Ray, Arch
Enemy, Slayer, Megadeth, Pantera, Smashing Pumpkins,
Guns ´n´ Roses, Obituary, Mötley Crüe, Impellitteri,
Iced Earth, Kilswitch Engage, Redemption, Korn, Triumph,
Slipknot, Annihilator, Saxon, Trivium, Manowar,
Doro, Alice In Chains, AC/DC, Fozzy, Loudness,
os brasileiros do Sepultura, Angra e Shaman, entre tantos
outros, deram depoimentos emocionados sobre como Ronnie mudou a história da música
pesada para sempre e fizeram diversas homenagens em seus shows.
Estes são
apenas alguns exemplos da importância que esse artista teve dentro do Rock, em
geral, e de como sua morte mexeu com a vida de todos os envolvidos com o Heavy Metal.
Mais do
que isso, Ronnie foi um dos primeiros artistas do meio a adotar de fato o termo
Heavy Metal como seu estilo. Muitas das bandas dos anos 70, incluindo aí o
próprio Black Sabbath na fase Ozzy, não gostavam da expressão, pois achavam que
não tinha nada de musical aí.
O maior
medo de qualquer ser humano quando sua hora se aproxima é o esquecimento de sua
obra após a passagem para o outro lado. Será que as futuras gerações se
lembrarão de quem eu fui? Do que eu fiz? Antigos reis deixavam obras faraônicas
para a posteridade para que, assim, seus nomes sempre fossem mencionados. No
caso de Ronnie, após uma vida com mais de 50 anos dedicados exclusivamente ao
Rock ‘n’ Roll e não apenas acompanhando as tendências, mas ajudando a forjar o
estilo, incorporando elementos de fantasia na música e levando os fãs a
refletirem um pouco, seja sobre a vida, seja sobre o que queremos para nosso
futuro, tenho certeza absoluta de que Ronald James Padavona, o garoto baixinho
de Cortland,
atingiu a
sua imortalidade.
Muito
obrigado, Dio!
Referências:
Tapio´s Ronnie James Dio Pages – http://www.dio.net
Ronnie James Dio Site - http://www.ronniejamesdiosite.com/
The History Of Ronnie James Dio - http://hem.passagen.se/diomagic/Dioarticle.htm
Whiplash.net – http://www.whiplash.com.br
Wikipedia – http://www.wikipedia.com
Black Sabbath: Doom Let It Loose: An Illustrated History – Martin Popoff – ECW Press (2006)
Sabbath Bloody Sabbath: The Battle For Black Sabbath – Garry Sharpe-Young – Zonda Books (2006)
Dio: Light Beyond The Black – Martin Popoff – Metal Blade (2006)
I am Ozzy – Ozzy Osbourne e Chris Ayres – Grand Central Publishing (2010)
Ronnie James Dio Site - http://www.ronniejamesdiosite.com/
The History Of Ronnie James Dio - http://hem.passagen.se/diomagic/Dioarticle.htm
Whiplash.net – http://www.whiplash.com.br
Wikipedia – http://www.wikipedia.com
Black Sabbath: Doom Let It Loose: An Illustrated History – Martin Popoff – ECW Press (2006)
Sabbath Bloody Sabbath: The Battle For Black Sabbath – Garry Sharpe-Young – Zonda Books (2006)
Dio: Light Beyond The Black – Martin Popoff – Metal Blade (2006)
I am Ozzy – Ozzy Osbourne e Chris Ayres – Grand Central Publishing (2010)
Psicografado
por Schwanz
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