MAGICA
Algum
tempo atrás, em uma entrevista sobre o Metallica (na Roadie Crew de
janeiro de 2009), o primeiro empresário dos caras e fundador da Metal Blade
Records, Jon Zazula, disse que para uma banda com décadas na estrada, o
segredo não é lançar novos álbuns matadores, porque isso será impossível frente
ao que o grupo já deve ter produzido para torná-los famosos. O importante é que
a banda em questão continue em ação soltando trabalhos relevantes, que honrem
as raízes e tragam um ou outro elemento novo.
Ainda em
1999, Ronnie queria continuar lançando trabalhos de estúdio, mas também pensava
em algum diferencial para atrair os fãs perdidos na última década. Primeiro, a
idéia seria contar com dois guitarristas, como o Judas Priest e o Iron
Maiden já faziam, mas isso acabou não dando certo pela saída de Tracy G..
Depois, a novidade seria compor uma trilogia de álbuns conceituais abordando a
boa e velha fantasia medieval. Se isso estava funcionando para o Rhapsody,
por que não funcionaria com o Dio que já tinha um largo know how
no assunto?
Pensando
na volta às raízes, Ronnie compôs em tempo recorde um novo álbum e o chamou de Magica,
tradução italiana para o termo “Magic”, que tanto fez parte da história
do vocalista. Curiosamente, o baixinho não sabia que a palavra também tinha o
mesmo significado em português ou espanhol e ficou impressionado quando
descobriu em entrevista para a Roadie Crew, em 2003.
Todo o
trabalho de gravação e produção ocorreu entre o fim de 1999 e fevereiro de
2000. O Magica chegou às lojas em 21 de março de 2000 e foi bem recebido
pelos fãs, especialmente por ser uma volta ao que o Dio sabia fazer
melhor: músicas com temas fantasiosos, deixando a tecnologia dos trabalhos
anteriores de lado.
Curiosamente,
as letras estavam mais “dark” do que nunca. Ronnie falava sobre bruxas e
magias, mas também cantava sobre desesperança e insanidade. A história
acontecia no planeta Blessing que, de um mundo devastado, passa e
reencontrar a esperança através do livro de Magica, trazido por
alienígenas. O problema é quando estes ensinamentos caem em mãos erradas e a
luta entre o bem e o mal tem início.
Sim, o
livro de Magica é uma bela referência à Bíblia e ao seu poder de
conceber o bem e o mal, dependendo de como você a interpreta. Ronnie seguia fascinado
sobre a influência que a religião poderia exercer sobre as pessoas.
A idéia
seria lançar o Magica II e III logo na seqüência, dependendo das
críticas e aceitação dos fãs, mas antes, a banda sairia para shows contando com
a volta de Craig como atrativo.
A turnê
foi agendada entre março de 2000 e maio de 2001, intercalando com os shows com
o Deep Purple e foi um sucesso. Com a entrada no novo milênio, o Heavy
Metal voltou a chamar a atenção da mídia e nomes como o de Dio voltaram
a ganhar destaque, assim como a volta do Iron Maiden com Bruce
Dickinson, o retorno de Rob Halford ao Judas Priest e o Metallica
com seu... bom, este último gigante ainda demorou alguns anos para se reerguer.
Antes de
iniciar a seqüência de sua história em Magica II, Ronnie tentou
organizar outra continuação, um segundo capítulo do projeto Hear ‘N’ Aid,
envolvendo diversos artistas e bandas de Heavy Metal. Desta vez, o material
gravado seria para ajudar uma instituição de menores de rua nos EUA chamada Children
Of The Night.
Uma única
música foi composta em junho de 2001: Throw Away The Children, mas
devido a vários problemas burocráticos envolvendo as bandas que Ronnie gostaria
de chamar, a nova versão do projeto nunca chegou a ver a luz do dia e a
composição acabou indo parar no próximo trabalho de estúdio.
KILLING
THE DRAGON
Para o
próximo trabalho, a idéia seria um retorno às histórias do planeta Blessing,
mas logo que começou a escrever o novo material, Dio percebeu que suas músicas
estavam mais voltadas para o combate à tecnologia e como isso estava afetando o
relacionamento entre as pessoas, do que a elementos mágicos.
A
sequência de Magica ficaria para depois e o novo trabalho foi batizado
de Killing The Dragon. Segundo o próprio Ronnie, o “dragão” do termo
significaria os computadores dominando a vida dos seres humanos, como uma
espécie de “Deus” nos ditando o que fazer e era a hora de alguém se rebelar
contra este regime de escravidão. O novo álbum não seria conceitual, mas traria
diversas faixas nesse contexto da luta contra a tecnologia.
Durante o
processo de gravação, mais uma surpresa desagradável: alegando diferenças
musicais, Craig Goldy sai da banda de novo! O escolhido para o posto foi Doug
Aldrich, veterano guitarrista que já tinha passagem pelo Bad Moon Rising,
Burning Rain e Lion, mas não tinha fama de ser lá muito
simpático.
O álbum
foi lançado em 21 de maio de 2002 e não teve uma boa recepção por parte dos fãs
e crítica. Na verdade, todos esperavam pela continuação de Magica e não
temas tecnológicos, que já tinham se mostrado problemáticos nos CDs dos anos
90.
Apesar
dos pesares, o trabalho trouxe uma única música que acabaria se tornando um
clássico instantâneo, a faixa Push. Um videoclipe para a música foi
feito contando com a participação do Tenacious D, a banda do ator Jack Black.
Era o início de uma amizade que duraria até o fim da vida de Ronnie.
A turnê
começou em maio de 2002 e foi dividida em duas etapas: a primeira seguiu até
dezembro e contou com o Deep Purple e o Scorpions como colegas de
palco em shows pelos EUA e Europa.
A segunda
perna da turnê começou em junho do ano seguinte em festivais de verão europeus
e passou, além da Europa, por EUA e Canadá ao lado do Iron Maiden e Motörhead.
Essa foi até agosto. O show em dezembro de 2002 em Nova Iorque se transformou
no bom registro ao vivo em CD e DVD, Evil Or Divine.
Em
outubro de 2003, um acidente inusitado: Ronnie aparava o jardim do quintal de
sua casa, quando se abaixou para pegar algo e acabou com o dedão de sua mão
direita arrancado pelo cortador de gramas. Por sorte, o músico foi socorrido a
tempo, teve o dedo reimplantado e nada mais grave aconteceu.
MASTER OF
THE MOON
Ainda no
final de 2003, Doug Aldrich foi convidado a ingressar no Whitesnake,
onde continua até hoje. Boatos sobre sua saída já tinham começado no começo do
ano, mas Doug foi profissional e completou a turnê com o Dio antes de
trocar de ares.
Para seu
lugar, Ronnie chegou a anunciar oficialmente a contratação do guitarrista Warren
DeMartini do Ratt, mas logo percebeu que esta não seria uma boa opção,
até mesmo pela possível reação que os fãs teriam com a novidade. Daí adivinhe
quem voltou? Pois é, Craig Goldy estava de volta ao Dio pela terceira
vez.
Outro que
deu adeus à banda no começo de 2004 para se dedicar a outros projetos foi Jimmy
Bain. Para seu posto, Ronnie queria o clássico baixista Rudy Sarzo, que já
tinha tocado com Ozzy, Whitesnake e Quiet Riot. Devido a
compromissos profissionais, Rudy não estava disponível para a gravação do álbum
vindouro, então Dio chamou seu amigo Jeff Pilson apenas para esta tarefa e Mr.
Sarzo assumiria a posição para a turnê.
O novo
álbum, de novo, estava programado para ser a aguardada continuação do Magica,
mas Ronnie insistia em buscar inspirações de outras fontes trazendo novamente
um álbum que estava abaixo das expectativas. Master Of The Moon também
não é um CD ruim, mas também não era o que se esperava de um dos maiores
vocalistas da história do Rock.
Ok, uma
ou outra música são inspiradas e o estilo da temática, com mais reflexões e
menos fantasia, lembra a fase Sacred Heart da banda, mas se o Magica
tinha funcionado e vendido bem, por que não tentar voltar para aquele caminho
ao invés de insistir em coisas mais melancólicas na linha do Killing The
Dragon?
A turnê
do Master Of The Moon começou em 16 de julho de 2004. No começo, o setlist
era composto de maneira tradicional: músicas novas mais um montão de clássicos,
mas conforme o tempo foi passando, exatamente um ano depois, Ronnie percebeu
que talvez não fosse uma boa idéia voltar ao estúdio para gravar um álbum que
não venderia bem, como aconteceu com os dois últimos lançamentos.
Contrariando
as previsões, a banda Dio seguiu na estrada para comemorar os vinte e
poucos anos do álbum Holy Diver (foi lançado em 1983, portanto estava
com 22 anos. Achei que só o Angra gostava de comemorar datas esdrúxulas)
e resolveu tocar seu maior trabalho na íntegra, juntamente com algumas músicas
novas e clássicos de outras eras.
O show do
dia 22 de outubro de 2005 em Londres foi registrado e acabou virando o CD e DVD
Holy Diver Live. É um bom álbum ao vivo, com 17 grandes músicas cobrindo
a carreira de Ronnie, incluindo material do Sabbath, Rainbow e,
claro, muita coisa do Dio, inclusive a versão na íntegra do Holy
Diver, mas infelizmente a qualidade do som é péssima e, puxa, chega a ser
triste dizer, mas parece que o vocalista não estava tão inspirado no dia. Esse
eu não recomendo.
Mas o que
importa é que, no fim das contas, o que era para ser uma simples turnê para
promover um CD novo, acabou se tornando uma bela celebração da carreira da
banda Dio.
Para
surpresa de todos e mostrando que o clima na banda estava bastante tranquilo após
anos agitados, Doug Aldrich pediu uma pequena licença do Whitesnake e
tocou em algumas datas de 2005 enquanto Craig se recuperava de uma lesão no
punho.
Os shows
de comemoração se estenderam por mais de dois anos, até dezembro de 2006, e
esta seria a última turnê oficial do Dio. Felizmente, o show passou pelo
Brasil.
Isso
significa que nunca veremos um Magica II e III, mas calma que a história
do baixinho ainda não acabou.
BLACK
SABBATH: UMA NOVA ESPERANÇA
Em 2006,
após bons anos, diversos shows (especialmente nos Ozzfest pelos EUA) e
nenhum álbum novo, o Black Sabbath com a formação original, mais Vinny
na bateria, chegava novamente a um hiato: Tony e Geezer queriam gravar um novo
álbum com a banda e trabalhavam em riffs e ideias. Já Ozzy estava satisfeito
com os shows cantando apenas os clássicos dos anos 70 e discos novos só saíam
com sua própria banda.
Após um
“tempo” no final de 2005, Geezer e Tony acharam que seria uma boa oportunidade
resgatar o outro passado da banda em uma coletânea, aquele que não vinha sendo
tocados nos shows (Ozzy se recusava), mas também fazia jus ao passado com
excelentes trabalhos, o Black Sabbath com Ronnie James Dio.
O fato
era que Tony e Geezer estavam cansados de tocar Iron Man e Paranoid
todas as noites. Ozzy tinha um sério problema em se lembrar das letras das
músicas, então o setlist deste retorno do Sabbath era sempre
limitado aos mesmos números, show após show, e os músicos achavam que a banda
representava mais do que isso.
Para o
lançamento de uma coletânea, Tony e Geezer precisavam também do aval de Ronnie,
que tocava sua própria banda sem maiores ambições, como já contado por aqui. A
tarefa da reaproximação entre todos coube a Geezer, que nunca perdeu o contato
com o baixinho desde a separação em 1992. As esposas dos dois, Gloria e Wendy,
inclusive se tornaram muito amigas, então a troca de notícias e novidades era
inevitável.
Em um
destes telefonemas, Geezer comentou que eles pensavam em colocar no mercado uma
nova coletânea do Black Sabbath, mas apenas com as músicas da fase Dio.
Ronnie adorou a idéia, mas só aprovaria o projeto se todos se sentassem para
conversar sobre o passado, encarar os erros que aconteceram e ainda pensassem
sobre a possibilidade da gravação de uma única música inédita, para que pudesse
atrair uma atenção maior dos fãs. Este último ponto é importante, pois o
próprio Tony Iommi assume que existe muito pouco material não lançado da fase
de Ronnie com a banda.
Todos
concordaram e a reunião para lavar roupa suja aconteceu na casa de Ronnie em
julho de 2006. Após os pedidos de desculpas de todas as partes, Ronnie, Tony e
Geezer queriam chamar Bill Ward para a gravação da tal faixa inédita e tudo
parecia caminhar para isso. Infelizmente, o baterista, após meses fazendo um
baita doce, desistiu da participação por problemas de saúde e as velhas alegações
de que só existia um Black Sabbath e este era com Ozzy.
No final,
ainda em dezembro de 2006, Vinny Appice estava de volta ao time e o que era
apenas a gravação de uma única faixa, se transformou em duas e depois três
músicas inéditas. O clima entre todos estava tão bom que era a hora do anúncio
da tão sonhada reunião oficial e com planos para uma turnê em 2007, o que
surpreendeu muita gente, pois Ronnie deixava claro que o “retorno” à banda
seria apenas para o registro das novas composições.
A coletânea se chamaria Black Sabbath: The Dio Years e saiu em abril de 2007, vendendo muito bem para esse tipo de lançamento. As três novas músicas não eram nada de excepcional, mas cumpriam sua parte em mostrar ao mundo que a banda ainda tinha, sim, lenha para queimar, para desespero e ciúmes de Ozzy, que se limitou apenas a desejar sorte a Ronnie e Tony em algumas entrevistas.
A coletânea se chamaria Black Sabbath: The Dio Years e saiu em abril de 2007, vendendo muito bem para esse tipo de lançamento. As três novas músicas não eram nada de excepcional, mas cumpriam sua parte em mostrar ao mundo que a banda ainda tinha, sim, lenha para queimar, para desespero e ciúmes de Ozzy, que se limitou apenas a desejar sorte a Ronnie e Tony em algumas entrevistas.
Para a
turnê, no entanto, a banda não poderia se chamar “Black Sabbath”. Por
algum motivo obscuro, Tony Iommi vendeu parte dos direitos sobre o nome para a
família Osbourne na segunda metade dos anos 90, pouco antes da primeira reunião
com Ozzy em 1997, e agora eles teriam que escolher outro nome para excursionar.
HEAVEN
& HELL
A opção
mais óbvia foi chamar a reunião de Heaven & Hell, uma boa alusão ao
primeiro disco com essa formação, lançado em 1980, e mais uma maneira de chamar
a atenção dos fãs desavisados. Aliás, essa era uma preocupação recorrente de
Tony Iommi nas entrevistas. Ele temia que o público não os reconhecesse por
conta da mudança súbita de nome, mas pô, Tony, com todas as fotos divulgadas e
reportagens nas principais revistas, não tinha como o público se enganar,
certo?
A banda
esteve em turnê entre março e novembro de 2007. Em 30 de março, o show no
famoso Radio City Music Hall em Nova Iorque foi gravado para um futuro
lançamento em CD e DVD. Todo o setlist da turnê era formado apenas por
músicas da fase Dio. A turnê foi um sucesso e passou por EUA, Canadá,
vários países da Europa, Austrália, Cingapura e Japão.
O álbum
ao vivo Live From Radio City Music Hall, já com o nome Heaven &
Hell estampado, chegou às lojas em agosto de 2007 e mostrava uma banda
entrosada e feliz com as possibilidades para o futuro.
THE DEVIL
YOU KNOW
Com o
sucesso da primeira turnê de reunião, Ronnie, Geezer, Tony e Vinny não tinham
dúvidas de que o próximo grande passo seria a gravação de um álbum novo de
músicas inéditas. Algo que seguisse o legado da banda, sem perder a tradição
sabbathiana dos riffs e temas polêmicos. Ou seja, tudo o que eles
queriam era lançar um álbum relevante, não revolucionário. Exatamente como
sugeria o sábio Jon Zazula para qualquer um com anos de estrada.
O novo
álbum foi preparado com bastante cuidado durante todo o ano de 2008, nas casas
de Tony e Ronnie. As composições teriam a tradicional atmosfera do Black
Sabbath, com letras explorando o lado mais cruel do ser humano. Não é à toa
que o CD se chamaria The Devil You Know (O Diabo Que Você Conhece, em
uma tradução livre), sugerindo que a banda que você conhece estava de volta e,
ao mesmo tempo, dando a ideia de que as letras não estavam suavizadas apesar da
idade dos integrantes, na época com média de 60 anos.
Segundo
Geezer, as letras levaram quatro longos meses para ficarem prontas e todos
participaram ativamente do processo de composição, ao contrário dos discos
anteriores, que dependiam muito de Ronnie ou do próprio baixista para esta
parte. O fato é que a expectativa pelo álbum era grande, não apenas por parte dos
fãs e da imprensa, mas também por parte dos próprios integrantes do Heaven
& Hell, que precisavam provar para eles mesmos que ainda eram capazes
de compor boas coisas.
Em maio e
junho de 2008, durante um breve intervalo no trabalho de composição do The
Devil You Know, Dio ressuscitou sua própria banda para 10 shows na Europa.
Provando que as coisas estavam bem, o próprio Tony Iommi foi assistir à
apresentação do amigo em Birmingham. Ainda nesse ínterim, o Heaven &
Hell também participou de uma série de shows em agosto chamada The Metal
Masters, ao lado do Judas Priest, Motörhead e Testament.
Após esta
primeira etapa, já no segundo semestre, eles se trancaram em estúdio para
ensaiar as novas músicas até a exaustão e finalmente gravaram as suas partes perto
do final do ano. A produção ficou a cargo de Ronnie e Tony Iommi, uma parceria
para que se esquecessem definitivamente dos problemas do passado.
Todo o
processo, como se viu, foi bastante demorado e o álbum saiu apenas em abril de
2009, chegando ao surpreendente 8º lugar nas paradas dos EUA e atingindo boas
vendas em todos os cantos do mundo.
Todas as
faixas são bastante consistentes, mas o destaque vai para a controversa Bible
Black, sobre um homem fanático por uma Bíblia, o que traz apenas miséria e
tristeza para sua vida. Mais uma cutucada de Ronnie no catolicismo, com
certeza.
Para a
divulgação, a banda agendou uma nova turnê que começaria, olha só que legal,
pela América do Sul, em abril, com dois shows inesquecíveis em São Paulo em
maio. A turnê ainda passou pela Europa e EUA até agosto. Tudo correu muito bem
a não ser por algumas pequenas dores de estômago que Ronnie sentia entre os
shows.
SURGE O
MAIOR INIMIGO DE RONNIE
A turnê
ao lado do Heaven & Hell se encerrou em 29 de agosto, com um show em
Atlantic City nos EUA. Esta seria a última apresentação ao vivo da carreira de
Ronnie James Dio, mas até então ninguém sabia o que o futuro reservava.
Ainda em
agosto, Wendy enviou um e-mail à imprensa desmentindo que o Black Sabbath
V.2 estaria se separando novamente. Segundo o comunicado, eles apenas
dariam um tempo no 2º semestre para que Tony Iommi pudesse finalmente operar a
sua mão, após passar um ano inteiro tomando antiinflamatórios. Era uma operação
simples, e os fãs não tinham com o que se preocupar. Neste meio tempo, Ronnie
reuniria sua própria banda para uma pequena turnê em novembro e dezembro nos
EUA e Inglaterra e, para o começo de 2010, o Heaven & Hell estaria
junto novamente para mais shows e, quem sabe, um álbum novo.
Na
sequência, Tony deu uma entrevista para o Boston Herald (traduzida no
Whiplash), esclarecendo que o Heaven & Hell até pensava em incluir
algumas músicas da fase Ozzy em suas apresentações futuras, mas que tudo seria
decidido após as “férias”, apenas no ano seguinte. Segundo ele, todos
terminaram a turnê motivados.
Os meses
seguintes foram de bastante calmaria na vida de Ronnie. O vocalista tirou
merecidos dias de
descanso
ao lado de sua esposa e aproveitou para agendar uma consulta para investigar
mais a fundo as dores de estômago que, aos poucos, foram se tornando mais
fortes e constantes. Enquanto isso, ele se dedicava a escrever páginas de sua
biografia e fazer os preparativos para os shows do Dio que ocorreriam em
novembro.
Já em
novembro, no entanto, veio o prenúncio de que alguma coisa não estava bem:
todos os shows da turnê do Dio foram cancelados sem reagendamento de
datas (coisa rara quando nos lembramos do profissionalismo do baixinho) e
Ronnie teve de ser hospitalizado às pressas no dia 18. Durante uma semana, os
fãs ficaram apreensivos e sem maiores informações sobre o estado de saúde do
vocalista. Claro que boatos logo começaram a aparecer com as teorias mais
pessimistas possíveis.
Em 26 de
novembro, Wendy confirmou: Ronnie fora diagnosticado com um princípio de câncer
no estômago e começaria imediatamente o tratamento de quimioterapia, o que o
deixaria afastado dos palcos por algum tempo. O tom da notícia era otimista e
indicava que, com a doença descoberta ainda em seu início, as chances de cura
seriam maiores.
FIM DA SÉTIMA PARTE
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