Significa ar na cavidade pleural.
Os que encontramos na cavidade pleural são 20 ml de transudato,
água e moléculas de baixo peso molecular. É encontrada também uma pressão
negativa (pressão de vácuo).
Não existe condição fisiológica nenhuma que dê pneumotórax, logo se tem ar, tem pneumotórax.
É importante classificar o máximo possível o pneumotórax,
mais isso ajuda com o paciente.
Classificação
1) De
acordo com a etiogia, podendo ser:
Espontâneo (primário ou secundário) – O primário é aquele que não
tem relação com nenhuma doença, simplesmente apareceu. São comuns em indivíduos
fumantes, homens, jovens, altos e longilíneos. Normalmente não tem relação com
esforço físico.
O secundário existe relação com alguma doença de base, doenças que gerem lesão alveolar ou hiperdistensão alveolar (bronquite crônica, mucoviscidose, edema pulmonar, crise asmática), doenças que inflamam o alvéolo (necrose e morte do alvéolo – ar que estava dentro vai para a cavidade pleural).
O secundário existe relação com alguma doença de base, doenças que gerem lesão alveolar ou hiperdistensão alveolar (bronquite crônica, mucoviscidose, edema pulmonar, crise asmática), doenças que inflamam o alvéolo (necrose e morte do alvéolo – ar que estava dentro vai para a cavidade pleural).
Terapêutico – hoje em dia não existe mais. Ele era provocado de
propósito em situações onde houvesse hemorragia interna, pois antigamente
quando havia sangramento dentro dos órgãos se injetava ar na cavidade pleural e
conforme esse ar deslocava o pulmão no sentido contrario acabava contraindo o
foco hemorrágico.
Diagnóstico - hoje em dia
também não se faz mais. Por não existir tomografia e nem RM, o principal exame
de imagem feito era o RX. O RX é um exame de apenas um plano, sendo assim a
lesão não podia ser com certeza, detectada de onde era sua origem (se na
costela, na cavidade pleural, no pulmão, se ta na pele). Por isso, antigamente
se injeta ar na cavidade pleural, esse ar deslocava a estrutura e a partir da
separação dos tecidos ficava melhor a visualização da imagem, sugestiva de
alguma lesão.
Traumático – A partir de traumas de tórax perfurativo ou não
perfurativo pode acontecer pneumotórax. Por exemplo, fratura de costela pode
pinçar o pulmão formando um fistula pulmonar ou trauma perfurativos como arma
de fogo ou faca que pode abrir a passagem de ar.
Iatrogênico – Aquele que não é
proposital, mas aparece de acordo com alguma manipulação inadequada. Por
exemplo, uma punção de cavidade pleural que pode acabar passando do limite da
lamina visceral.
2) De
acordo com comunicação bronco pleural: Fístula significa comunicação anormal,
não é normal que tenhamos comunicação entre cavidade pleural e pulmão. A partir
do momento que isso acontece chamamos de fístula.
Existe a fistula bronco-pleural (rompeu alvéolo, que passa o ar para dentro da
cavidade pleural), tóraco-pleural (perda da cavidade torácica para dentro do
pulmão).
Pneumotórax fechado/intrínseco – quando a fístula bronco-pleural
está presente, ou seja, o ar vem do pulmão para a cavidade pleural.
Pneumotórax aberto/extrínseco – quando não há fistula
bronco-pleural, ou seja, quando o ar vem da atmosfera para a cavidade pleural.
O fechado é sempre mais grave, pois é muito mais
difícil cicatrizar pulmão do que cicatrizar caixa torácica.
3) De
acordo com a gravidade: pode ser hipertensivo ou não hipertensivo.
Hipertensivo: muito mais grave rápido e fatal. Sempre vem de um
pneumotórax fechado, a fistula bronco-pleural tende a se comportar como uma
válvula, conforme esse indivíduo inspira o pulmão abre, a fistula aumenta de
tamanho, o ar que estava presente sai;
quando ele expira a fistula fecha e o ar que saiu na inspiração não
volta e fica aprisionado. Na próxima inspiração a fistula aumenta e o ar sai,
quando ele expira a fistula diminui e o ar continua aprisionado – sendo assim,
a cada inspiração o volume de ar na cavidade pleural tende aumentar de tamanho
e esse ar vai acumulando, acumulando. Causando dois problemas muitos graves:
conforme esse ar vai acumulando, ocorre expansão da massa de ar dentro da
cavidade pleural, desloca a caixa torácica para fora (abaulada) e descola
pulmão, mediastino para o outro lado.
No mediastino temos o coração, conforme o
coração passa a ser deslocado à veia cava tender a se dobrar e o retorno venoso
diminui, conseqüentemente chega menos sangue no átrio direito, menos sangue vai
parar o ventrículo esquerdo, cai o DC, cai PA, cai perfusão de tecidos, cai
perfusão coronariana, para o coração – causando uma parada cardiorrespiratória
em virtude de um pneumotórax hipertensivo. Antes de fazer a parada o individuo
perde a consciência por causa da diminuição da perfusão cerebral.
Vimos que a pressão negativa de dentro da cavidade pleural, ela por ser negativa ajuda no retorno venoso pro lado direito do coração, conforme a pressão passa a ficar positiva na cavidade pleural atrapalha o retorno venoso fazendo com que o volume de sangue no lado direito diminua mais ainda, cai o DC, cai PA e perda de nutrição dos tecidos.
A hipertensão ocorre por causa da cavidade pleural, o ar que se acumula a deixa
cada vez mais positiva.
Não – hipertensivo: ocorre o mesmo sistema valvular, mais é
bidirecional - ar entra e sair pela
fístula. Não faz quadro hipertensivo na cavidade pleural. Ou a fistula se
formou e imediatamente ela se fecha, ou essa fistula passa adotar um mecanismo
bi-direcional (o ar que saia da inspiração volta na expiração).
4) Em
relação ao tamanho:
Pequeno – ocupa até 25% da cavidade
pleural.
A medida é feita pelo RX, é
realizada a medida entre o pulmão e a caixa torácica. O ar é leve e sobe, por
isso é encontrado pneumotórax na ápice mesmo que a fistula seja na base. Logo, se essa distancia for menor do que 3 cm
é pequeno e se for maior do que 3 cm é considerado um pneumotórax grande.
Grande – ocupa mais de 25% da cavidade pleural.
Diagnóstico
Quadro clinico:
·
Falta de ar – porque a massa de ar comprime o
pulmão.
·
Dor pleurítica – conforme nos inspiramos, o
pulmão comprime a massa de ar contra a lâmina parietal e causa dor.
·
Tosse Irritativa – massa de ar comprime pulmão
que comprime receptores irritantes dos brônquios e causa tosse.
Lembrando que o pneumotórax
pode ter vindo de alguma doença, sendo assim, o QC além de ser o de pneumotórax
é somado com o QC da doença de base.
Depende também da gravidade da
doença, se for pneumotórax hipertensivo devemos somar ao QC a instabilidade
hemodinâmica (baixo DC, hipotensão, má perfusão sistêmica).
Depende também do tamanho, um
pneumotórax pequeno geralmente é assintomático.
A expansibilidade estará
baixa, apesar de o tórax estar abaulado.
O frêmito toracovocal estará
baixo por separar uma lamina da outra.
Percussão estará timpânico ou
hipersonórico.
Ausculta pulmonar estará baixa, pois o ar não estará no pulmão
e sim na cavidade. Porém pode aparecer o ruído da doença de base.
Exame complementar:
RX – não é muito conclusivo.
Tomografia – mais conclusivo.
Tratamento:
Drenagem – colocado um dreno
para tirar o ar de dentro da cavidade (em pneumotórax grande). Em Pneumotórax
hipertensivo é toracocentese de emergência (agulha direta e deixa o ar sair).
Fisioterapia respiratória.
Aula ministrada pela Prof. Ms. Flavia
Psicografado por Schwanz