O
termo “vampiro” não se tornou uma superstição cotidiana até os séculos
XVII e XVIII na Europa, porém histórias de vampirismo podem ser
rastreadas até os tempos bíblicos, sendo que o primeiro rumor surgiu com
Lilith (a serpente que dá a maçã a Eva). Praticamente todo país tem
suas próprias lendas e mitos nesse quesito. Qual seria a explicação para
tal histeria em massa? De onde surgiram tantas histórias? Conheça a
origem de alguns mitos vampirescos a seguir:
1) Estaca no peito
O
método mais popular para exterminar vampiros é enfiar uma estaca em seu
coração. Muitos países têm referências a esse método, bem como madeiras
específicas que devem ser usadas para matar vampiros. Alguns tipos de
madeira têm seu simbolismo ligado ao cristianismo. O mito surgiu através
da ideia de que a madeira deve ser enfiada na cavidade toráxica para
assegurar a deflação de um cadáver inchado, para que ele fosse esvaziado
antes de sua transformação em um morto-vivo se completar. Gases saíam
do intestino, esôfago e estômago do cadáver, produzindo sons.
2) Morcegos
De
fato, morcegos são muito parecidos com vampiros. Eles são noturnos,
algumas espécies bebem sangue, e eles têm sentidos agudos de audição e
olfato. Porém, na verdade, a descoberta de que alguns morcegos bebem
sangue apenas exacerbou o mito do vampiro. No folclore romeno,
pensava-se que um morcego, inseto ou outra criatura voadora que passasse
por cima de um cadáver, poderia transformá-lo em um “fantasma” (um
morto que retorna da sepultura).
3) Cadáveres não-decompostos
Quando
a suspeita de vampirismo chegava a uma área, não era incomum que as
pessoas exumassem os corpos de seus entes queridos para verificar sinais
de um vampiro na sepultura. Segundo a lenda, normalmente, o cadáver de
um vampiro parece fresco (ou seja, não avançado no processo de
decomposição), suas bochechas são rosadas, os lábios são vermelhos (do
que parece ser sangue fresco), e seus cabelos e suas unhas parecem ter
continuado a crescer.
Um
conhecimento básico em decomposição pode explicar esses sinais. A falta
de ar fresco e a temperatura substancialmente mais baixa embaixo da
terra podem “preservar” um cadáver, e, portanto, retardar os sinais de
decomposição. No caso de cadáveres inchados, o sangue seria empurrado
para a superfície da pele, deixando suas bochechas rosadas, lábios
vermelhos e até mesmo sangue na boca. Quando o oxigênio atinge o sangue,
ele se liga à hemoglobina, mudando sua forma e aparência. Devido à
temperatura constante e as condições no subsolo, seria necessário mais
tempo para que o sangue secasse e mudasse sua aparência vermelha
brilhante. Os cabelos e unhas têm a aparência de continuar crescendo
após a morte só à primeira vista. Quando o corpo expira, a perda de
umidade na pele faz com que ela recue, dando a ideia de que as unhas e
os cabelos cresceram.
4) Presas
Todo
mundo conhece o mito dos dentes afiados dos vampiros. Mas eis aqui uma
história melhor: “porfiria”, também chamada de doença do vampiro, é uma
doença genética recessiva que se caracteriza pela pouquíssima produção
de hemoglobina no sangue. Muitos acreditam que ela surgiu como resultado
de casamentos entre a nobreza européia. Complicações cutâneas da
porfiria incluem fotossensibilidade (sensibilidade à luz), bolhas,
comichões e inchaços na pele, anomalias no crescimento de pêlos e cabelo
(o que pode explicar os mitos de licantropia), alterações de pigmento
na pele, deterioração dos lábios e do nariz e recuo dos tecidos das
gengivas e lábios. A aparência de alguém com os lábios e gengivas
diminuídos é terrível e assustadora, pois salta os dentes caninos para
fora. Na maioria dos países europeus, se uma criança nascia dessa forma,
era considerada um vampiro.
5) Falta de reflexo no espelho
Não
se refletir nos espelhos é também um sinal revelador de um vampiro. Na
verdade, espelhos sempre tiveram importância no folclore, e são
associados com a morte. Uma superstição comum na Bulgária, por exemplo,
era que se a reflexão de um cadáver fosse mostrada em um espelho, ou se
os espelhos não fossem cobertos na presença de um cadáver, havia uma
maior probabilidade de que acontecesse outra morte. Era também costume
que um cadáver fosse removido de uma casa pela janela, e nunca pela
porta da frente, para desestimulá-lo a regressar a casa e reclamar um
membro da família. Era também comum o pensamento de que aqueles que
sofriam de porfiria abandonaram os espelhos de suas vidas porque não
queriam ver seu aspecto macabro.
6) Sensibilidade à luz
O
mito de que os vampiros não podem sair na luz e queimam no sol parece
ter nascido com a doença porfiria. Os doentes tinham bolhas no corpo, e
seus organismos eram incapazes de efetivamente reparar as células de sua
pele de danos dos raios ultravioletas. Provavelmente, eles não andavam
muito no sol.
7) Aversão a alho
O
alho também faz parte do simbolismo clássico do folclore dos vampiros.
Por que o alho? Novamente, a porfiria é a culpada por esse mito. O alho
contém substâncias químicas que agravam os sintomas da doença, portanto
os doentes o evitavam a todo custo. É o mesmo caso de alguém que tem
alergias severas. Imagine como seria para essa pessoa andar em um campo
de cheio poeira, flores e ervas daninhas?
8 ) Beber sangue
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